Espero uma vida pendurada no tic-tac de um relógio sem pilha e depois caminho cada passo improvável até o juízo final. Sobre minha cabeça pedras até o horizonte. Mas até plaino. Se bem que necessito asas: o papel não mais em branco - lápis em movimento
"Maravilhosas faziam-se as cíclicas perecíveis rosas. Ninguém me demoverá do que de repente soube à margem dos edifícios da razão: a misericórdia está intacta, vagalhões de cobiça, punhos fechados, altissonantes iras, nada impede ouro de corolas e acreditai: perfumes. Só porque é setembro." Adélia Prado
19 setembro 2013
04 setembro 2013
Sua voz era rouca e seus olhos levemente puxados – contraponto de sua cor mulata. Parou meu olhar: a simplicidade dele. Mas na verdade era muito mais do que isso, ele era dessas pessoas que carregam história. História dele, história que não é dele. E carrega tanta história que nos causa nostalgia. Coisa besta essa: nostalgia de um tempo que não vivemos. De alguém que não fomos.
03 setembro 2013
Construções
Foi aqui viu? Foi bem aqui. Mas não era assim não, ali no
canto tinha um palco, um palco abandonado – desses pequenos, de cimento – cheio
de folhas por cima, é que tinham umas árvores também sabe? Então as folhas
caiam. O palco era pintado de branco, mas já estava descascando bastante, e
tinham uns azulejos também, cá e lá para enfeitar... umas coisas quebradas espalhadas ali... batia
sol! É isso, batia muito sol. Meu colar de miçanga arrebentou e elas caíram
todas no meio das folhas, e aí quando o sol batia algumas delas refletiam e a
gente via uns brilhos como quando semicerra os olhos com os cílios molhados. E
tinha uma estrutura de janela ali no canto também, e acho que tinham até umas
flores... e um banco e um guarda-chuva e uma corda puída e... ah sim! Tinha ele. Tinha ele também.
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