A despeito das muitas estruturas imponentes
É Lua
Absoluta
E eu a fito simplesmente
Fosse qualquer outro espaço entre o ser e o estar
Eu diria: um cigarro de pausa
Sem proposta e devagar
Mas ainda que motores da ácida labuta
É Lua
Simplesmente
E eu a fito absoluta
Estagno e deixo-a, luar
Até que não sei mais se sou eu que a fito
Ou se é ela que inventa
Qualquer possibilidade do fitar
Lua que embebeda tudo que do meu fitar é brancura dela
Eu a posso, estatelada, embebedando-me da janela
Então desagrego,
Sem conversa e sem mais pausa
Porque ela destitui o direito do tempo
E desenhou-se minha única cândida causa.