25 abril 2014

Cândida




A despeito das muitas estruturas imponentes
É Lua
Absoluta
E eu a fito simplesmente

Fosse qualquer outro espaço entre o ser e o estar
Eu diria: um cigarro de pausa
Sem proposta e devagar

Mas ainda que motores da ácida labuta
É Lua
Simplesmente
E eu a fito absoluta

Estagno e deixo-a, luar
Até que não sei mais se sou eu que a fito
Ou se é ela que inventa
Qualquer possibilidade do fitar

Lua que embebeda tudo que do meu fitar é brancura dela
Eu a posso, estatelada, embebedando-me da janela

Então desagrego,
Sem conversa e sem mais pausa
Porque ela destitui o direito do tempo
E desenhou-se minha única cândida causa.

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