de fazer das coisas-parcas coisas-flor
existem na noite delírios lunares
de exatíssima matemática-cor
apenas a lua revela
as lentas e lânguidas curvas
ao sol caladas
para inventar
químicos determínios
e construir
lagos fictícios
por entre as luzes
houve nalgum dia um
menino preto
que pulou a janela
preta na
noite preta
para fins pouco
arquitéticos
de matemática-cor
alguém o sonhou um menino
vaga-lume
e depois
deu-lhe a graça de fazer
estrelas
e depois deu-lhe fitas
e depois
chamou-o: Tomás
houve noutro dia
Deus e Tomás que
fizeram
lado a lado
no encontro das
mãos um espaço
inevitável de
habitar silêncio e dor
e construir
lagos fictícios
por entre as luzes
houve nalgum dia um
menino preto
que pulou a janela
preta na
noite preta
para fins pouco
arquitéticos
de matemática-cor
alguém o sonhou um menino
vaga-lume
e depois
deu-lhe a graça de fazer
estrelas
e depois deu-lhe fitas
e depois
chamou-o: Tomás
houve noutro dia
Deus e Tomás que
fizeram
lado a lado
no encontro das
mãos um espaço
inevitável de
habitar silêncio e dor
mas de tudo o que se fez
foi apenas Tomás
quem providenciou estrelas
foi apenas Tomás
quem providenciou estrelas