"Maravilhosas faziam-se as cíclicas perecíveis rosas. Ninguém me demoverá do que de repente soube à margem dos edifícios da razão: a misericórdia está intacta, vagalhões de cobiça, punhos fechados, altissonantes iras, nada impede ouro de corolas e acreditai: perfumes. Só porque é setembro." Adélia Prado
12 agosto 2011
Música
15 maio 2011
16 abril 2011
Janela
Flores não pagam contas
Mantinha-se bem informado e assistia todos os dias ao noticiário, ouvia as notícias sobre a falta de água, sobre as pessoas que matavam por não saber o que fazer, as que roubavam por não ter o que comer e as que morriam por não ter onde viver. Paciente armazenava todas essas tristes realidades em alguma gaveta do seu cérebro e esperava, com um pontinho de esperança, alguma notícia sobre as flores.
No escritório concentrava-se em seus números, com a cortina sempre fechada (pois o sol atualmente era um inimigo em potencial com todos os seus raios UVB e UVA) e o ventilador ligado (o único vento no rosto que podia ter). Seguia com sua rotina estável e sua vida “confortável”. Comemorava sorrindo com falsa alegria todas as vezes que trinta e um de dezembro virava primeiro de janeiro sabendo em seu íntimo que novo naquele ano seria só o nome e alguns números. E de fato tudo permanecia igual. As vezes se desesperava e chorava pensando que já era hora de mudar tudo aquilo, mas logo as contas chegavam... as flores não pagam contas, era preciso preocupar-se com futuro.
De preocupar-se com o futuro logo o viu chegar, e já aposentado pensou com saudade em suas flores, mas velho como estava? Era melhor deixar as flores e as idéias sonhadoras para os jovens, para ele restavam os “confortos” da vida que cultivou e o noticiário, que havia se tornado seu companheiro fiel e agora só falava na tal da sustentabilidade, tão longe haviam chegado os homens com seus números.
"Somos feitos de carne mas temos que viver como se fôssemos de ferro" Freud
15 abril 2011
09 abril 2011
Podem trazer esperança
Gritar alegria
Ou ferir seriamente
Podem formar a canção
Construir a poesia
Ou calar friamente
As vezes curam feridas
As vezes espalham veneno
Outras derramam mentiras
Para muitas o mundo é pequeno
Porém quando mais precisamos
Se perdem, se trombam e caem no chão
Pois falam verdades, falam mentiras,
Mas não falam o coração
E no espaço de sua ausência
Fica o abraço, o sorriso, o olhar
Palavras que correm e me fogem
Eu as pego e faço rimar
E se agora me agarro a elas
E porque muitos não posso dar
Abraços, sorrisos e olhares
Neste dia que é dia de amar
Aos abraços que me acolheram
Aos olhares que me confortaram
Meus amigos eu muito agradeço
Os sorrisos que tanto alegraram!
Mariana de Mendonça 25 de Dezembro de 2010 (Natal, dia de amar. Dia que o amor nasceu em menino.)