e se eu andasse mais
devagar e implorasse emsilêncio que os passantes
se fizessem fortaleza e
mutuamente
arredondassem as pedradas esculpindo as pontas para
que batessem e não cravassem.
e se depois eu me ajoelhasse no asfalto
quente e bebesse convicta
a água podre dos canais e
depois vomitasse a
histeria da cidade e depois
grunhisse e
depois chorasse
alguém saberia que vivo?
que tenho em casa um pé de jabuticaba?
que gosto das pessoas e que gostaria que
as pessoas fossem só as pessoas e que eu
fosse só eu e
não fosse da etnia e das
novenas das teorias
e da classe da
minha buceta e do meu
pé de jabuticaba?
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