tínhamos toda uma
folhagem
coreografando
bambolês
no giro do vento
você não soube mas eu
te via atrás
do vaduto entre as ferrúgens
quadriculadas da paisagem
teu nome cidade é um corpo de
Oxum descansado
tens em teu peito a Lapa
e mais ao centro toda a galáxia
jorra feito as ondas coloridas
dos panos no vento
mil chapéus traçando a dança
dos ares
dois ou três requintes de
movimento
do chão ao chão os pés aos
pares
de corpo aberto o peito ao
centro
talvez sejam só dez ou vinte erês
girando na roda
mas o afeto desenhava
trajetórias milenares
cheias de um tanto de gente
nós não sabíamos
mas éramos ecos desobstruídos
atravessando as épocas
e as paragens
tínhamos toda uma
galáxia
coreografando
bambolês
no giro do tempo
Nenhum comentário:
Postar um comentário